Montagem da Mesa Instrumentos Cirúrgicos
A montagem da mesa é uma etapa fundamental na preparação do ato cirúrgico. Mais do que organizar instrumentos, ela garante segurança, agilidade e eficiência durante o procedimento.



Preparação da mesa
Antes de iniciar a montagem, o instrumentador deve solicitar a caixa de instrumentos específica para o tipo de cirurgia.
Essa caixa vem protegida por um campo estéril, que a separa do ambiente externo. Ela é posicionada sobre uma mesa auxiliar (que não será usada durante a cirurgia) e aberta de maneira que a parte interna continue protegida.
Neste momento, todos os profissionais presentes devem estar de máscara, reduzindo riscos de contaminação.
A montagem só começa após a escovação e paramentação adequadas do instrumentador.
O processo segue alguns passos básicos:
afastar a mesa da parede com os pés;
abrir o campo impermeável e cobrir a mesa;
posicionar um campo estéril por cima;
abrir a caixa de instrumentos;
iniciar a organização da mesa principal.
Montagem clássica
Na técnica clássica, a mesa é dividida em quatro quadrantes:
Os instrumentos são distribuídos conforme os tempos cirúrgicos:
Diérese (1º tempo): instrumentos de corte e separação de tecidos, como bisturi e tesouras.
Hemostasia (2º tempo): pinças e recursos para controlar sangramentos.
Auxiliares (3º tempo): afastadores, cubas e instrumentos de apoio.
Síntese (4º tempo): instrumentos de sutura, como porta-agulhas.
Todos os instrumentos devem ser dispostos com as pontas voltadas para o abdome do instrumentador e os cabos direcionados para frente, facilitando a passagem.
As pinças e tesouras curvas devem ser posicionadas antes das retas.
Dependendo da mão dominante do cirurgião (destro ou canhoto), elas podem ser orientadas com a ponta para cima ou para baixo.
superior esquerdo
superior direito
inferior esquerdo
inferior direito
Cirurgias supraumbilicais:
O cirurgião fica à direita do paciente e o instrumentador à esquerda.
Nesse caso:
instrumentos de diérese → parte inferior direita do instrumentador (lado do paciente);
instrumentos de hemostasia → parte inferior esquerda do instrumentador;
instrumentos auxiliares → parte superior esquerda do instrumentador;
instrumentos de síntese → parte superior direita do instrumentador




Algumas adaptações também incluem iniciar a organização com as pinças, seguidas pelos afastadores, instrumentos específicos, cubas e gazes antes da diérese.
Cirurgias Infraumbilicais
Nas cirurgias infraumbilicais, os lados se invertem; o cirurgião e os auxiliares ocupam posições opostas na mesa, logo a mesa cirúrgica também se modifica:
O cirurgião fica a esquerda e o instrumentador a direita.


Montagem da mesa em cirurgias infraumbilicais
Nas hernioplastias, apendicectomias e cirurgias realizadas nos membros inferiores, a posição da mesa depende diretamente do lado em que o cirurgião estará posicionado.
Se o cirurgião fica à direita do paciente → monta-se a mesa supraumbilical.
Se o cirurgião fica à esquerda → monta-se a mesa infraumbilical.
A distribuição dos instrumentos segue uma lógica semelhante à montagem supraumbilical, com pequenas diferenças:
Parte inferior esquerda (junto ao paciente): instrumentos de diérese.
Parte inferior direita: instrumentos de hemostasia.
Parte superior direita: instrumentos auxiliares, dispostos como na supraumbilical.
superior esquerda: também reservada para instrumentos de diérese, organizados conforme a necessidade do procedimento.


Referência bibliográfica
Ariadne da Silva Fonseca; Lucia Milito Eid; Ana Lygia Pires Melaragno; Fabiana dos Reis.
Instrumentação Cirúrgica. São Paulo: Editora Martinari; Hospital São Camilo, 2018.
Simone Veridiana